quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cantinho do Reinaldo

Confesso que venho escrito pouco no blog. Na verdade, não é falta de assunto não. É que boa parte das coisas que me atormentam, principalmente aquelas coisas estranhas que vêm de Brasília, são minuciosamente depuradas e postas sobre a mesa no blog do Reinaldo Azevedo. Já postei aqui alguns trechos de seus posts, e a lucidez com que expõe a nossa política e nossos políticos vão bem além das minhas capacidades.
Certas pessoas possuem o dom divino do uso adequado das palavras, a hora certa de aplicá-las. Reinaldo é um destes, assim como o Arnaldo Jabor e o Diogo Mainardi, outras mentes brilhantes. Então, vamos combinar assim. Quando quiser falar mal do Lula, da Dilma, do PT e outras abduções oriundas do cerrado, vou recorrer ao meu mais novo ídolo de infância. A partir de hoje, está criado o Cantinho do Reinaldo, a tradução mais completa do ficcional e bizarro mundo de Brasília. Hoje, por exemplo, segue esta jóia:

"Lulinha, o Neto do Brasil

No dia 9 de outubro, um avião da FAB, o tal “sucatinha”, que transportava militares, estava prestes a aterrissar em Brasília quando recebeu uma ordem para voltar a São Paulo para buscar Henrique Meirelles, presidente do Banco Central. Até aí, bem. Embarcaram no avião, além de Meirelles e de um assessor, ninguém menos que Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, e mais 15 convidados.
“Convidados de quem?” Ora, de Lulão, o pai. Por isso, diz a Presidência da República, não se fornece a lista dos passageiros. A operação toda consumiu 15 mil kg de querosene de aviação — só essa bobagenzinha custou R$ 15 mil aos cofres públicos.
Qual é a atividade conhecida de Lulinha, monitor de jardim zoológico até que o pai chegasse à Presidência? Ele é “empresário”. É um dos donos da Gamecorp, aquela empresa em que a antiga Telemar, atual Oi — uma das empresas que financiaram Lula, O Filho do Brasil —, injetou ao menos R$ 10 milhões. Nota: o BNDES, um banco público, já era sócio da empresa naquele tempo. Oficialmente ao menos, Lulinha, empresário, não é cicerone de convidados do presidente. Empresário que leva gente para bater papo com autoridade fora da agenda — ou está na agenda? — costuma ser chamado de “lobista”.
Como se vê, não é só o “filho do Brasil” que se mostra uma pessoa dotada de direitos especiais. Eles se estendem também aos “netos do Brasil”. Vocês devem se lembrar que um avião da FAB já foi usado para transportar amigos de outro filho de Lula, o mais novo, que queriam conhecer o Palácio da Alvorada. À época, a petista Maria Victoria Benevides, presidente da Comissão de Ética da Presidência, afirmou que não cabia a seu departamento analisar o ocorrido porque se tratava de uma questão privada…
A aristocracia nas monarquias constitucionais e democráticas são de mentirinha, como, aliás, os monarcas. Não mandam nada e estão submetidos às leis. A nossa “monarquia” não é constitucional, não está prevista em lei. A nova aristocracia, a da nova classe social surgida no sindicalismo, exerce licenças e prerrogativas ao arrepio de qualquer ordenamento jurídico. Nesse passo, a agente ainda chega à monarquia absolutista…
Dá-lhe, Lulinha, o neto do Brasil!"

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