sábado, 15 de agosto de 2009

Procura-se uma religião

Assim como o futebol, religião não se discute. Cada um tem a sua e ponto final. Eu, por exemplo, sou católico de nascença mas, na hora do aperto, já recorri a pai de santo, centro espírita, cartomante, astróloga, taróloga, rezadeira e, até mesmo, à Igreja.
Já me diverti horrores em casamento de judeu (se tem uma coisa deliciosamente divertida é casamento de judeu), já troquei uma prosa com autoridades budistas, mas ainda não tive a chance de entrar numa Mesquita.
Não me considero de uma religião apenas, mas de várias. Talvez por minha natureza, sempre me interessei em questionar o real sentido da fé das pessoas, suas crenças e convicções. Isso às vezes soou como ateísmo para minha família, mas tudo não passou de um mal entendido. Na verdade, não conseguia me fazer entender. Escrever é bem mais fácil.
Neste exercício, procuro situar o homem numa escala temporal. Com pouco mais de 50.000 anos desde o surgimento dos primeiros "homo sapiens", vamos concordar que somos uns cocôzinhos se comparados com a idade da Terra, uma senhora de 4 bilhões de anos.
As origens do pensamento religioso remotam à uma época em que o medo das forças naturais levava o Homem a crêr em divindades, forças misteriosas, sobrenaturais, com o poder de dirigir a natureza. Os gregos acreditavam no Deus Sol; já os egípcios mumificavam seus mortos, acreditando na vida após a morte. De certa forma esta crença ainda permanece viva em tribos africanas e indígenas mas, tratando das religiões dominantes do mundo atual (islamismo, cristianismo, budismo), o que temos são personificações dos deuses, do Criador, do líder máximo, do Salvador. Pode ser Jesus, Maomé ou Buda, mas se somos todos habitantes do mesmo planeta, o que está por cima disso tudo? O amor? A honestidade? O respeito ao próximo? É para este plano que tento apontar minha luneta, ao perceber o quão primitivos ainda somos como raça humana. O Homem tem uma necessidade patológica de projetar suas preces para uma imagem com nome e forma definidas. Como disse lá em cima, não sou católico praticante, mas me confortou bastante, por exemplo, entrar e rezar regularmente numa pequena igreja que tem ali no centro da cidade, na época da primeira Rio Music Conference. Estava numa época cheio de dúvidas, inseguranças e angústias. Nos momentos ali, ficava em absoluta paz interior projetando meu pensamento para uma imagem divina que criava na minha cabeça. E aquilo me ajudou muito. A questão aqui não é PRA QUEM você reza e sim a força mental usada para rezar. Quando rezamos, estamos levando nossos pedidos a um outro plano astral e é justamente ESTA FORÇA que ainda desconhecemos ou pouco exploramos.
Você pode ser católico, judeu, evangélico, macumbeiro, protestante, budista, santo daime, rastafari, muçulmano ou mesmo não ser nada, mas há certas leis que são universais: nunca sacaneie ninguém, ame seus filhos e seus pais, seja fiel aos seus amigos, trate a todos com respeito e humildade, seja correto e honesto, seja justo. Agindo assim, o universo conspira a favor. Quebre estas regras e nem uma joint venture entre Jesus, Maomé e Buda dá jeito. Isso vale principalmente para aqueles tipinhos que nunca adiantaram ninguém, fizeram merda pra c... a vida inteira, e que de repente "encontram Jesus", como se o karma já não estivesse encomendado.

Um comentário:

  1. QUERIDO E AMADO FILHO,
    QUE TEXTO MARAVILHOSO! CLARO, OBJETIVO E MUITO OPORTUNO.
    ME ENCHEU DE ORGULHO!
    QUE DEUS SEMPRE O ABENÇOE!
    UM ENORME E CARINHOSO BEIJO.
    ROGERIO

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