Nos rompantes da minha juventude, admito que era 100% a favor da legalização de todas as drogas. Eram tempos onde nos juntávamos em dezenas pra ouvir Raul, Bob, falar amenidades como "ir pra Guarda do Embaú tomar chá de cogu".
Hoje, mais velho, pai e mais experiente, não faria tal afirmação. Num país de cabeças tão fracas, suceptíveis à verborragia de um semi-analfabeto como o nosso presidente, onde grande parcela da população é iliterada, funcionalmente analfabeta e desprovida de senso analítico, seria um risco. Creio que não estejamos ainda maduros como sociedade para assimilar tamanha ruptura. Precisamos primeiro nos redimir de todos os nossos pecados morais, reduzir muito mais a miséria, prover nossa população de um modelo educacional que promova o discernimento crítico dos fatos que os cercam. Mas concordo que a maconha deva ser liberada sim. Toda essa discussão que vem tomando conta do mundo é um grande passo nesta direção pois, a luz da verdade, não representa perigo iminente de mortes ou assassinatos. É uma substância totalmente recreativa, e que não pode mais, de forma alguma, ser posta no mesmo saco da cocaína, heroína, crack e outras drogas de verdade. O que falta às nossas autoridades é dar um voto de confiança à medida, reforçando a educação e informação sobre os malefícios e abusos do uso, não só da maconha, como também do cigarro e do álcool. Por exemplo, graças à proibição da propaganda de cigarro e ao reforço na informação, tomadas há 10 anos, temos hoje um número muito menor de fumantes e iniciantes ao uso. Deixando a decisão de fumar ou não fumar ao livre arbítrio de quem quer, o número de novos fumantes caiu vertiginosamente, e que deve cair ainda mais com as novas medidas, que proíbe o fumo em lugares fechados, tendência esta que corre o mundo. Sou um ferrenho crítico da tese surrada criada pelo Estado em associar o usuário de drogas a violência. O poderio de traficantes armados até os dentes advém da relação oferta x demanda de qualquer produto que caia na marginalidade, que seja proibido. Este mesmo raciocínio se aplica à propria curiosidade em experimentar. É patológico do ser humano flertar com o proibido. Alguém já imaginou pessoas subindo nas 'bocas" para comprar uma birita, sujeito a tomar dura de PM e outros esculachos? Pois é, já aconteceu na Chigado do Al Capone nos anos 20/30. O resultado, como todos sabemos, foi desatroso, não restanto outra alternativa que não a volta a legalidade. Míopes, hipócritas e demagogos de plantão, não se iludam. Quando há miséria, pobreza, safadeza, corrupção, não importa qual o produto a ser combatido. O nosso problema é que enxergamos este tema de uma forma distorcida. O cara da Califórnia ou de Amsterdan não está com a sua consciência nem um pouco pesada quando acende o seu baseado. Esta questão, de culpar o usuário pela violência é acobertar a falência do Estado no combate às verdadeiras causas dela: pobreza, miséria, falata de educação, populismo barato e desvios de caráter daqueles que, supunha-se, deveriam nos proteger. Aguardo esta iniciativa com otimismo. Falta avisar a PM.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
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